BRASIL APRESENTOU DEFICT NAS TRANSAÇÕES CORRENTES


BRASIL APRESENTOU DÉFICT NAS
TRANSAÇÕES CORRENTES 

O
líder do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha,
explicou em 21 de janeiro 2023 que o aumento do déficit nas transações
correntes dos últimos 12 meses é resultado da retomada da economia e da
recuperação da atividade. Ele concedeu uma coletiva de imprensa para discutir
os resultados das transações externas de novembro
, divulgadas pelo Banco
Central.

MAS O QUE SÃO TRANSAÇÕES CORRENTES?

As
transações correntes são o registro das exportações e importações de bens e
serviços de uma economia em um período determinado. Elas representam a
diferença entre as receitas geradas pela venda de bens e serviços para o
exterior e as despesas com a compra de bens e serviços de outros países. Uma
transação corrente positiva indica que a economia está vendendo mais do que
está comprando, o que pode ser visto como um sinal de força econômica.

DÉFICIT NAS TRANSAÇÕES CORRENTES

Um
déficit nas transações correntes significa que uma economia está gastando mais em importações do que está ganhando com exportações. Isso pode ter alguns
impactos negativos na economia:

 

·        
Endividamento externo: Para financiar o déficit, a economia precisará pedir
emprestado ou vender ativos para o exterior, o que pode aumentar o
endividamento externo.

 

·        
Desvalorização da moeda: Quando há uma demanda excessiva por moedas
estrangeiras para financiar o déficit, isso pode levar a uma desvalorização da
moeda local.

 

·        
Concorrência desleal para as empresas locais: Se as importações são muito baratas em comparação com
as exportações, isso pode prejudicar as empresas locais que enfrentam
concorrência desleal.

 

·        
Dependência de fontes externas de recursos: A longo prazo, um déficit persistente nas transações
correntes pode tornar a economia dependente de fontes externas de recursos, o
que pode aumentar a vulnerabilidade a choques econômicos globais.

 

Em
geral, é importante que uma economia mantenha equilíbrio em suas transações
correntes para garantir um crescimento estável e sustentável a longo prazo.

  

O DÉFICIT BRASILEIRO

Fernando
Rocha, líder do Departamento de Estatísticas do Banco Central, comentou os
resultados do setor externo de novembro durante uma coletiva de imprensa. Ele
afirmou que o aumento do déficit em transações correntes no país nos últimos 12
meses reflete a dinâmica de recuperação da economia e da atividade.

De
janeiro a novembro, o déficit nas transações correntes acumulou US$ 44,616
bilhões, superior aos US$ 38,6 bilhões registrados no mesmo período em 2021,
mas menor do que o valor acumulado em 2019 (US$ 62,3 bilhões). “Já temos o
maior déficit nas transações correntes desde antes da pandemia, o que mostra os
efeitos da reabertura e da recuperação da atividade”, disse Rocha.

 

A
despeito do aumento nominal do déficit, ele mencionou que a proporção do
déficit em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) vem diminuindo e atingiu
2,78% em novembro, o menor nível desde abril. Além disso, os lucros de empresas
com donos brasileiros que operam no exterior atingiram o maior nível da série
histórica no acumulado de 2022, o que ajudou a explicar a redução do déficit na
conta de lucros e dividendos em novembro.

 

Apesar
do aumento nominal do déficit, Rocha observou que ele tem diminuído como
proporção do Produto Interno Bruto (PIB) e atingiu 2,78% em novembro, o menor
nível desde abril. “A situação nas transações correntes mostra que o
déficit vem aumentando, indicando que a economia está crescendo, e parte desse
crescimento da demanda é suprida pela importação de bens e serviços e pelo
envio de renda ao exterior. Mas podemos ver que o PIB cresceu ainda mais, o que
levou a redução do déficit nas transações correntes como porcentagem do
PIB”, afirmou.
 

 

LUCROS DAS EMPRESAS

Os
lucros de empresas com proprietários brasileiros, mas operando no exterior,
atingiram o nível mais alto da história acumulada em 2022, de acordo com
Fernando Rocha. Este aumento ajuda a explicar a redução do déficit na conta de
lucros e dividendos em novembro, de US$ 2,310 bilhões, em comparação com US$
2,904 bilhões no mesmo mês do ano anterior (dados do Banco Central do Brasil).


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